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29 de abril de 2010

É só um desabafo

Pois é, eu vou desabafar...

Não que eu tenha perdido a esperança nas pessoas, mas há algo nessa geração (na qual eu me incluo) que me incomoda. Quem me conhece sabe do quanto gosto e apóio a idéia e realização de congressos, principalmente voltados para jovens e adolescentes. Acredito que aí está um método de despertar e levantar uma geração acomodada e adormecida por um dia-a-dia cada vez mais corrido e capaz de pôr uma venda nos olhos de qualquer sujeito nele inserido. São muitas as responsabilidades e compromissos adquiridos com o passar dos anos, porém isso não justifica o nosso comodismo que muitas das vezes vem acompanhado de frases do tipo "Não tenho tempo para isso" ou "Ainda não estou preparado". São muitas também as tentações e atrativos diante dos nossos olhos que se classificam como incrivelmente bons, e realmente são, afinal senão fossem não seriam tão tentadores, nos proporcionando curtos momentos de prazer seguidos de consequências ruins, ou muitas das vezes até eternas. Porém isso também não justifica as frases do tipo "Não tem nada a ver" ou "Um pouco não faz mal". E por aí vai mais um monte de bla, bla, bla que não vou ficar aqui relatando ainda mais por se tratar de algo que muitos estão cansados de ouvir justamente em congressos e afins. E é justamente disso que comecei falando no início do meu texto/desabafo e agora retornarei a dizer:

Certa vez ouvi o Pr. Levi dizer em uma de suas pregações que os congressos podem ser traduzidos como um pedacinho do céu, mas ao sairmos daquele meio o nosso mundo e vida real voltam e é aí que vem o desafio no qual a gente precisa e tem de agir e reagir. Há uns poucos dias atrás, em um desses congressos, fiquei observando algumas pessoas empolgadas pulando, levantando a mão, cantando, indo à frente, tomando atitudes, demonstrando se sentirem tocados e tal. Na hora comentei sobre isso com uma amiga, falei com ela que não entendo certas coisas, pois muitas das vezes o congresso acaba e parece que a santidade 'dura' uma semana ou duas até que tudo volta como era antes e ninguém mais se recorda do compromisso ou postura que decidiram tomar. Enfim, é como se acabasse a validade do produto. Talvez você que esteja lendo isso agora me rotule como um ser humano frio que tem uma pedra no lugar do coração por ter pensado isso. Mas tentarei me explicar e espero que me compreenda ou até quem sabe você mesmo já compartilha desta sensação comigo. Caso contrário, talvez um dia você entenda ou sinta algo parecido. Porém, eu espero que você não chegue lá e isso não seja preciso, mas que sejamos surpreendidos em breve ao ponto de eu mudar esse meu discurso. Mas continuando o que eu dizia... olhando aquela cena fiquei pensando: "Será que isso tudo é um momento gerado por emoção ou faz parte de uma verdadeira mudança de hábito?"

Não estou aqui para julgar ninguém, e meu desejo é que tudo aquilo que eu tenha visto se encaixe na segunda opção da minha pergunta. E antes de qualquer coisa, deixo aqui registrado que a partir de agora no plural, uma vez que me coloco no meio de toda essa reflexão. A gente ouve, ouve, ouve... e pouco pratica. Acostumamo-nos a ir em tantos eventos desse tipo e a verdade é que quanto mais participamos, parece que tornamo-nos mais ativistas destes do que participantes, se é que me entendem. Senão me engano, um dia desses um amigo (Elvino) postou em seu twitter que às vezes seria preciso se licenciar de alguns congressos, acredito que ele tenha dito isso compartilhando e refletindo dos mesmos motivos que aqui estou registrando. Ele mesmo também me disse uma vez que acredita nos jovens cristãos, porque senão em quem ele vai acreditar para ir adiante. E é justamente por isso que estou escrevendo tudo isto. Acredito na mudança, no despertar, naqueles que se incomodam e em outros que precisam de um empurrãozinho para entenderem o talento e capacidade que possuem. Já dizia a Juberj em um dos seus temas: 'Eu acredito é na rapaziada'.

Dessa forma deixo claro que não estou dizendo aqui que devemos deixar de frequentar eventos desse tipo, mas sim que devemos repensar mais sobre o que ouvimos, vemos e aprendemos. A sensação que tenho hoje é que os famosos congressos viraram 'points' de encontro entre amigos, e cada vez menos uma oportunidade de ponto de encontro com o que Deus quer com a nossa vida. De nada adianta a gente se abastecer senão souber passar isso adiante. Um copo cheio d'água em cima de uma mesa não mata a sede de ninguém, é preciso de alguém para oferecê-lo e outrem disposto a bebê-lo. Que possamos buscar e ouvir, mas também conduzir e falar. Que os momentos de emoção sejam transformados em mudanças de hábito. E o mais importante, que nunca e apesar das circunstâncias, percamos a esperança nas pessoas. É claro que não se pode generalizar e dizer que todos se encaixam nesse esquema, afinal toda regra tem sua exceção. Porém eu prefiro que toda exceção tenha sua regra.

Ass: A começar a mim!

3 comentários:

Faby disse...

Por isso que esse ano fui p DT...rs...parece um comentario besta mas não eh não.
Eu queria ir no JA só p ver todo mundo, e quando coloquei p DEUS q realmente precisava de momentos de crescimento e tratamento Ele abriu as portas p eu ir p minas. Não to dizendo q eu naum seria tocada no JA...mas não era o q Ele tinha preparado p mim naqueles dias.

Eu sumi um pouco da vida de congressos ano passado e começo desse ano...pq me dei conta de que realmente estava sendo movida pela AMIZADE...não pela busca pelo Senhor!!! E isso me deixou decepcionada comigo mesma.
Hoje reflito bem mais antes de ir para algum lugar...penso no meu Porque ou Para que...

Bjuu...Texto fera Lí.

Anônimo disse...

Eita minina sô..
Daqui a pouco vou estar vendo entrevista com a escritora lilian.
Parabens linda. Continue usando este lindo don que Deus te deu bjssss
Jhonatan

Nayara Maia disse...

Compartilho dessa sensação faz tempo. Por isso, saí do circuito.
A juventude anda vendada e vendida. Anseio por ver uma situação diferente.

Visite meu novo (e definitivo) endereço: www.breveidade.blogspot.com

Abs

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