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30 de novembro de 2010

O Reino é de todos e para todos

Lembro quando esse tema começou a ser, realmente, trabalhado e pesquisado nas escolas e empresas. Foi uma febre. Uma novidade que muitos queriam agregar a sua realidade. Minha mãe cursava uma pós de Psicopedagogia e se mostrava cada vez mais apaixonada por essa nova realidade. Logo, meio que por impulso, eu me via envolta nessa nova realidade mesmo que indiretamente. A empolgação e alegria dela em se aprofundar e praticar este assunto me deixava intrigada. Eu me perguntava de onde vinha tanta vontade. A conclusão que cheguei é que admirava minha mãe por vê-la envolvida em algo que para muitos não fazem tanta diferença, enquanto para outros pode ser a diferença do dia. Hoje em dia, são muitas as escolas e empresas que praticam a inclusão social. Umas por caridade e compaixão por terem isso queimando em seu peito, enquanto outras por puro marketing social para verem isso queimando em seus lucros. Pois bem, o que me deixa intrigada é ver que as instituições educacionais, empresariais e financeiras ao fazerem isso executam o papel da igreja. Não que elas não deveriam fazer, mas houve uma troca de fatores. É como se a igreja despertasse por último do sono, aprendendo com aqueles que ela deveria ter ensinado.

Neste final de semana, meio que indiretamente, pude compartilhar de uma experiência no Congresso da Juventude da PIB de Itaperuna que não sai da minha cabeça. Resumidamente, no culto de sábado a noite o Pr. Rogério Quadra pregou sobre termos que envolvem a inclusão na igreja e no Reino de Deus de pessoas ditas ‘rejeitadas pela sociedade’. Pessoas como essas buscam meios de terem suas necessidades emocionais, físicas, sociais e espirituais correspondidas. Elas necessitam não só ouvir sobre Deus, mas também criar laços, olhar para quem está a sua frente e ver esperança e confiança. Necessitam de terem suas necessidades físicas correspondidas, amenizando dores. Necessitam se sentirem parte de um todo, parte de uma sociedade na qual estão incluídos, mas não interagem. Para aí então entenderem que tudo isso faz parte de um preenchimento espiritual que havia se tornado um vazio enquanto estavam ou se sentiam no fundo de um poço escuro. Evangelizar, fazer a obra, cumprir o ide de Cristo são palavras lindas. Porém, isso vai muito mais além do que chegar para alguém que sofre e falar ‘Jesus te ama’. De nada adianta pregar o amor de Deus para alguém se você não sente isso dentro de você, uma vez que tudo está interligado. É como se fosse uma tubulação no qual o amor vem de cima, atinge o compartimento transmissor que é você com o objetivo de que flua para um próximo.

Sem mistérios. Tudo isso nada mais é do que o modelo que Jesus fazia. A Bíblia mostra o quanto Ele era estratégico e sabia como ninguém como se aproximar e atingir objetivos. Logo, num mundo em constante mudança como nosso no qual a igreja deve se adaptar ao contemporâneo sem perder seus princípios, nada melhor do que se utilizar estratégias. Apesar de toda nova abordagem, a inclusão social é justamente isso. Ela não é um termo em ascensão e nem uma nova realidade. Ela é bíblica e uma estratégia criada e fundada por Cristo. Uma estratégia completamente eficaz para se alcançar pessoas excluídas do nosso meio.

Pois bem, após o Pr. Rogério nos aprofundar a pensar em tudo isso, no fim do culto entra na igreja um senhor bêbado e mal vestido chamado Carlos. Acredito eu que aquilo foi como uma oportunidade dada por Deus de colocar na prática toda a teoria. E foi isso que aconteceu, e depois de um banho e um lanche, algumas pessoas tiveram a oportunidade de conversar com aquele senhor que se mostrou sábio em bíblia e conhecimento sobre Deus, mas que por algum motivo se perdeu vagando pela vida em rumos opostos. A grande surpresa, aos meus olhos, foi notar que no final daquela noite tudo funcionou como uma via de mão dupla. O Sr. Carlos teve suas necessidades supridas através de pessoas que fizeram diferença na vida dele, ao mesmo tempo ele fez uma grande diferença na vida de todos o que ali estavam, inclusive a mim que estava só observando. É uma sensação sem palavras. E acredito que é assim que funciona o Reino de Deus. Você é muito mais abençoado quando faz algo por alguém do que quando espera uma benção para si mesmo. Quantas e quantas vezes vamos a cultos esperando ouvir uma resposta de Deus para algo em nossas vidas, entender a vontade dEle sobre determinada coisa, absorver mais e mais para nós mesmo. Nos focamos tanto nessa visão que ficamos cegos para o que acontece ao nosso redor ou na pessoa sentada ao lado de nosso banco. Acredito que, antes de tudo, a maior resposta e vontade de Deus para nossas vidas é que façamos pelos outros o que gostaríamos que Ele fizesse por nós. Cuide das coisas de Deus, e Ele cuidará das suas. Não é uma troca, mas uma interdependência. Você precisa de Deus para seguir adiante com sua vida. E Deus precisa de você para que outras vidas sigam adiante. Devemos parar de olhar menos para nós mesmo, e nos voltar mais para o que nos cerca. Devemos nos preocupar menos com sentir um mover sobre nós, e nos movermos para a realidade do mundo.

Lilian F. Pires


[ Música: Quem se importa? - Clamor pelas Nações ]

8 de outubro de 2010

Os dois lados do muro

- E agora, o que vc vai fazer?
- Ainda não sei.
- Vc não tem mt tempo. Precisa decidir logo.
- Disso eu sei.
- Então, o que tá esperando?
- Vc fala como se fosse fácil.
- E não é?
- Nem tanto.
- Vc que complica demais.
- É vc quem vê lado bom em tudo.
- Enquanto vc só vê o lago negro.
- Pare de ser otimista.
- Pare de agir com pessimismo.
- Ainda não consigo ter certeza.
- É complicado no início, mas com o tempo tudo faz sentido.
- Eu sei, mas uma peça ainda não foi encaixada.
- Então ok, aguarde mais um pouco. Mas ñ deixe passar mt tempo.
- Vc fala como se...
- Como se essa talvez fosse sua última chance.
- E quem garante que será?
- Não tenho garantia disso, pode ser que isso volte um dia.
- Viu? Então posso relaxar um pouco.
- NÃO, relaxar não. Não estou dizendo para vc se decidir a um sim ou um não.
- Não te entendo. Que conselho louco é esse?
- Estou dizendo para vc se decidir em começar a pensar e estudar isso.
- Mas estou. Bem, eu acho.
- Vc precisa ter certeza e coragem de dar o primeiro passo da aceitação.
- Não consigo, ainda há medo.
- Ainda falta algo que só vc poderá entender. Não se turbe, na hora certa td se esclarecerá.
- E se isso não acontecer? E se eu estacionar no lugar errado?
- É aí que entra o X da questão. Tudo depende de como vc vai começar a lidar com isso desde agora.
- Não sei se posso ou se sou capaz. É mt coisa.
- O incômodo já te mostra capacidade. A luta te faz seguir adiante.
- Mas será que é isso mesmo?
- Vc já teve muitas respostas que precisava. Algumas ainda virão
- Como sabe que estas são as respostas certas?
- Porque o Mesmo que te motiva, me motiva também.
- Certo, isso muitos dizem. Mas vc ainda ñ me convenceu. O que te faz acreditar tanto em mim assim?
- Porque um dia eu já estive em seu lugar.
- E o que vc fez?
- O mesmo que vc está fazendo agora.
- E o que eu farei?
- De coração, eu espero que um dia vc possa fazer por alguém o que eu estou fazendo aqui por vc.
- Então é isso, tudo faz parte de um ciclo vicioso?
- Não, tudo faz parte de um propósito único.

27 de agosto de 2010

Gratidão, reconhecimento, agradecimento…Não importa quais palavras você use, todas tem o mesmo significado: Feliz. Nós deveríamos estar felizes, gratos pelos amigos, família.Feliz só de estar vivo…Você gostando ou não. Talvez, não devessemos estar felizes,talvez gratidão, não tenha nada a ver com alegria. Talvez estar grato signifique reconhecer o que você tem e para que serve…Apreciar pequenas vitórias…Admirar o esforço que leva simplesmente para ser humano. Talvez sejamos gratos pelas coisas familiares que conhecemos. E talvez sejamos gratos pelas coisas que nunca conheceremos. No final do dia, o fato de termos a coragem de ainda estarmos de pé…é razão suficiente para comemorarmos.

[ Grey's Anatomy ]

18 de julho de 2010

Fernando Pessoa

- "Você conhece Fernando Pessoa? E a pessoa do Fernando?"

Então aí vai um de seus, dentre muitos, excelentes versos:

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas

Que já têm a forma do nosso corpo.
E esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares ...

É o tempo da travessia.
E se não ousarmos fazê-la.
Teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos..."

Fernando Pessoa

P.S: Admiro-o há anos, por saber transformar o abstrato em algo concreto.

5 de julho de 2010

Quando há força...

Não, nunca deixe de confiar nas pessoas. Nunca ache que elas sempre irão te decepcionar. Pessoas não nasceram para serem perfeitas. Pessoas não cresceram com a missão de te agradar sempre. Pessoas são seres-humanos. Pessoas são falhas. Pessoas vacilam. Pessoas irritam. Pessoas choram. Pessoas sorriem. Pessoas repensam. Pessoas existem. E é justamente por existirem que casos e fatos acontecem. Não se culpe pelas atitudes delas. Não se julgue pelos erros por elas cometidos. Não as julgue, mas também não passe a mão por cima. Dê apoio, mas ao ponto de não se rebaixar. Seja pulso firme, mas seja amável. Pregue o amor, ensine a verdade. O Maior de todos foi capaz de perdoar os maiores erros da humanidade. Logo você, um simples mortal, pode fazer isso mt bem. E é justamente por ser um simples mortal que você pode sangrar por dentro, se decepcionar, se abater, se magoar. Mas não deixe que isso tome conta, não deixe que isso te sufoque. Você precisa de ar. Seu próximo precisa do seu ar, necessita sua presença. Por mais distante que ele esteja, há uma ligação fora do comum que conectará ele a você.

Depois de tudo que eu disse, não me ache louca em te aconselhar agora a se permitir chorar, magoar, se calar ou parar por um tempo. Mas com uma condição: não deixe que isso leve mt tempo, porque você pode se acostumar e estacionar no caminho. E talvez não consiga mais achar uma mão disposta a te conduzir ao caminho de volta.

Suporte! Supere! Conviva! Sobreviva! Tenha fé! Ame!

No momento nada sei, além de que estou confusa ao ponto de tentar lançar nas palavras o que minha mente e coração tentam organizar. Diante de todos os fatos, a única certeza que vos digo é que aprendi com um Grande Homem que a fé e o amor existem, e que são eles que me fazem ver a vida de um modo diferente. São eles que fazem com que eu não me renda à posição de enfraquecer. São eles que me fazem acreditar que um muro não desaba por completo quando se há força suficiente.

A fé move montanhas! E o amor move pessoas!

13 de maio de 2010

Algum dia você tem que tomar uma decisão. Erguer muros não mantém as pessoas do lado de fora. Eles cercam você. A vida é uma bagunça. É desse jeito que nós somos feitos. Você pode desperdiçar a sua vida desenhando linhas ou pode viver cruzando elas. Mas tem algumas linhas que são muito perigosas para cruzar. O que eu sei : Se tiver a chance de ver as coisas do outro lado... É espetacular!

[ Grey's Anatomy ]

29 de abril de 2010

É só um desabafo

Pois é, eu vou desabafar...

Não que eu tenha perdido a esperança nas pessoas, mas há algo nessa geração (na qual eu me incluo) que me incomoda. Quem me conhece sabe do quanto gosto e apóio a idéia e realização de congressos, principalmente voltados para jovens e adolescentes. Acredito que aí está um método de despertar e levantar uma geração acomodada e adormecida por um dia-a-dia cada vez mais corrido e capaz de pôr uma venda nos olhos de qualquer sujeito nele inserido. São muitas as responsabilidades e compromissos adquiridos com o passar dos anos, porém isso não justifica o nosso comodismo que muitas das vezes vem acompanhado de frases do tipo "Não tenho tempo para isso" ou "Ainda não estou preparado". São muitas também as tentações e atrativos diante dos nossos olhos que se classificam como incrivelmente bons, e realmente são, afinal senão fossem não seriam tão tentadores, nos proporcionando curtos momentos de prazer seguidos de consequências ruins, ou muitas das vezes até eternas. Porém isso também não justifica as frases do tipo "Não tem nada a ver" ou "Um pouco não faz mal". E por aí vai mais um monte de bla, bla, bla que não vou ficar aqui relatando ainda mais por se tratar de algo que muitos estão cansados de ouvir justamente em congressos e afins. E é justamente disso que comecei falando no início do meu texto/desabafo e agora retornarei a dizer:

Certa vez ouvi o Pr. Levi dizer em uma de suas pregações que os congressos podem ser traduzidos como um pedacinho do céu, mas ao sairmos daquele meio o nosso mundo e vida real voltam e é aí que vem o desafio no qual a gente precisa e tem de agir e reagir. Há uns poucos dias atrás, em um desses congressos, fiquei observando algumas pessoas empolgadas pulando, levantando a mão, cantando, indo à frente, tomando atitudes, demonstrando se sentirem tocados e tal. Na hora comentei sobre isso com uma amiga, falei com ela que não entendo certas coisas, pois muitas das vezes o congresso acaba e parece que a santidade 'dura' uma semana ou duas até que tudo volta como era antes e ninguém mais se recorda do compromisso ou postura que decidiram tomar. Enfim, é como se acabasse a validade do produto. Talvez você que esteja lendo isso agora me rotule como um ser humano frio que tem uma pedra no lugar do coração por ter pensado isso. Mas tentarei me explicar e espero que me compreenda ou até quem sabe você mesmo já compartilha desta sensação comigo. Caso contrário, talvez um dia você entenda ou sinta algo parecido. Porém, eu espero que você não chegue lá e isso não seja preciso, mas que sejamos surpreendidos em breve ao ponto de eu mudar esse meu discurso. Mas continuando o que eu dizia... olhando aquela cena fiquei pensando: "Será que isso tudo é um momento gerado por emoção ou faz parte de uma verdadeira mudança de hábito?"

Não estou aqui para julgar ninguém, e meu desejo é que tudo aquilo que eu tenha visto se encaixe na segunda opção da minha pergunta. E antes de qualquer coisa, deixo aqui registrado que a partir de agora no plural, uma vez que me coloco no meio de toda essa reflexão. A gente ouve, ouve, ouve... e pouco pratica. Acostumamo-nos a ir em tantos eventos desse tipo e a verdade é que quanto mais participamos, parece que tornamo-nos mais ativistas destes do que participantes, se é que me entendem. Senão me engano, um dia desses um amigo (Elvino) postou em seu twitter que às vezes seria preciso se licenciar de alguns congressos, acredito que ele tenha dito isso compartilhando e refletindo dos mesmos motivos que aqui estou registrando. Ele mesmo também me disse uma vez que acredita nos jovens cristãos, porque senão em quem ele vai acreditar para ir adiante. E é justamente por isso que estou escrevendo tudo isto. Acredito na mudança, no despertar, naqueles que se incomodam e em outros que precisam de um empurrãozinho para entenderem o talento e capacidade que possuem. Já dizia a Juberj em um dos seus temas: 'Eu acredito é na rapaziada'.

Dessa forma deixo claro que não estou dizendo aqui que devemos deixar de frequentar eventos desse tipo, mas sim que devemos repensar mais sobre o que ouvimos, vemos e aprendemos. A sensação que tenho hoje é que os famosos congressos viraram 'points' de encontro entre amigos, e cada vez menos uma oportunidade de ponto de encontro com o que Deus quer com a nossa vida. De nada adianta a gente se abastecer senão souber passar isso adiante. Um copo cheio d'água em cima de uma mesa não mata a sede de ninguém, é preciso de alguém para oferecê-lo e outrem disposto a bebê-lo. Que possamos buscar e ouvir, mas também conduzir e falar. Que os momentos de emoção sejam transformados em mudanças de hábito. E o mais importante, que nunca e apesar das circunstâncias, percamos a esperança nas pessoas. É claro que não se pode generalizar e dizer que todos se encaixam nesse esquema, afinal toda regra tem sua exceção. Porém eu prefiro que toda exceção tenha sua regra.

Ass: A começar a mim!

14 de abril de 2010

Depois de meses em silêncio por aqui, começo o meu primeiro post do ano com uma canção escrita por um dos melhores e insubstituíveis compositores-poeta da história da música brasileira: nosso respeitável e admirável Toquinho, que consegue de forma pura colocar em seus versos a simplicidade da vida e seus pontos cativantes.

O Caderno
Composição: Toquinho / Mutinho

Sou eu que vou seguir você
Do primeiro rabisco
Até o be-a-bá.
Em todos os desenhos
Coloridos vou estar
A casa, a montanha
Duas nuvens no céu
E um sol a sorrir no papel...

Sou eu que vou ser seu colega
Seus problemas ajudar a resolver
Te acompanhar nas provas
Bimestrais, você vai ver
Serei, de você, confidente fiel
Se seu pranto molhar meu papel...

Sou eu que vou ser seu amigo
Vou lhe dar abrigo
Se você quiser
Quando surgirem
Seus primeiros raios de mulher
A vida se abrirá
Num feroz carrossel
E você vai rasgar meu papel...

O que está escrito em mim
Comigo ficará guardado
Se lhe dá prazer
A vida segue sempre em frente
O que se há de fazer...

Só peço, à você
Um favor, se puder
Não me esqueça
Num canto qualquer...(2x)

Obs: Lembro da primeira vez que ouvi os versos dessa música: ao som da Camerata David Machado (uma das orquestras do Centro Cultural Musical de Campos). Por sinal, muito bem tocada! Só sei que a junção da melodia suave com os versos inocentes chamou minha atenção.

Para quem quiser ouvir: http://www.youtube.com/watch?v=y-ZaQkPnf4k&feature=player_embedded#